sábado, 25 de dezembro de 2010

Mais um mal escrito.

As luzes vão se apangando,
As cores vão se espalhar,
As folhas vão cair no outono
E você vai partir.

Eu vou entrar e deitar nos seus papéis,
Olhar todos os desenhos de cabeça pra baixo,
Mexer nas suas gavetas,
Tomar o seu café gelado.

Vou sentar na sua escada
E gritar pra ver se você me responde,
Pular na sua cama,
Pra ver se você me sensura.

Vou comprar flores pra colorir a mesa,
Ler todos os seus livros
Pra tentar me sentir como você,
Pra tentar trazer você pra perto.

Vou colocar as suas roupas,
Colocar os rascunhos na gaveta
Acender velas no quintal,
Pra você achar o caminho de volta.

Vou tentar escrever todos os dias,
Corrigir a calegrafia.
Mandar fotos do mundo morto,
Que você deixou pra tras.

Então,
Me perdoe se eu chorei,
Molhando os seus papéis importantes,
Tentando te convencer.

Me perdoe,
Se eu estive me defendendo de você
Fechando os meus olhos,
Me negando sentir.

Perdoa,
Se por um minuto eu fingi te odiar,
Se eu não estiver por perto,
Se eu fugir.

Não me resta muito,
Se você pudesse me dizer que vai ficar tudo bem,
Se você pudesse me fazer respirar novamente
Se você pudesse consertar os meus erros.

Me perdoa,
Por não ser perfeita pra você,
Por te ferir, culpar e mentir,
Por ser um eu tão podre.

Eu vou ficar, se nada mais me resta.
Vou assistir implácida a partida
E tentar ficar bem,
Tentar ser o que vocês esperam de mim.

Vou ficar, não sem dor,
Zelando pelas velhas coisas,
Pelos vestigios,
Pela saudade que virá.

Então não olhe pra trás...

Me perdoa?

Nenhum comentário:

Postar um comentário