quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Essa noite dormi sozinha.

À beirar o abismo
Sentei na cama, estátua.
E aquela lua frigida sorriu
Por entre as frestas da janela.

Sem vida, anoiteci
Procurando no escuro aquele teu retrato,
Procurando no escuro aqueles teus pedaços
De cacos, promessas e paixões.

Quase sem querer, um suspiro.
No quarto aquele cheiro de saudade,
Nas cortinas aquela monotonia
Não fossem elas dançarem conforme o vento.

Nas minhas mãos o escapismo,
No pensamento aquele teu sorriso.
Mas o que faço?
Essa noite dormi sozinha.

Alucinação,
Seus cabelos derramados em meu peito
Libertos de qualquer medo,
Suas mãos em pausa.

Alucinação,
Eis que me surge seu rosto num reflexo
Em delicados e obcenos gestos
Como quem quer me enlouquecer.

A noite dormi sozinha,
E me veio aquele gosto triste das tuas lágrimas,
O vazio do teu lado da cama,
O vazio de mim.

O teu espirito em névoa,
Dançar perfeitamente.
Ah! Foras doce miragem,
Que outrora ousei tocar.

Teu corpo nú em escultura
Nos lençóis brancos em contraste,
No meu corpo, na minha casa,
No silêncio, calado, doença.

E quase nem sei à que me veio
Esse seu triste cheiro
Nem sei o que me causa terrivel assombro,
Deitar e dormir caloroso uma vez mais em teu farto seio.


Por hoje é só,
Câmbio, Desligo!

Um comentário:

  1. O Tempo passa sem parar,
    meu relogio fazem-me a cada segundo lembrar,
    Todo tempo do mundo queria estar,
    perto de uma amiga como a que lembro
    em que um certo momento
    disse das poesias gostar
    Digo, então vejas quem aqui esta lendo
    verso a verso e se contendo
    da saudade que de você me dá
    Sempre mesmo seu Fã Eterno
    Seu amigo Solon Melo
    Uma nova saldação lhe dá!

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